quarta-feira, 30 de novembro de 2016

"Cientistas demonstram como um livro pode mudar sua vida para sempre" in "GQ Brasil"

"Universidade americana monitorou o cérebro de voluntários e concluiu que as alterações neurológicas vão muito além do momento da leitura."


Boa parte das pessoas pode citar algum livro tão importante a ponto de mudar sua vida. Até hoje, acreditava-se que isso se devia ao impacto das ideias ou mensagens absorvidas. Um estudo organizado pela Emory University, em Atlanta, parece trazer uma explicação mais científica para isso. 

O objetivo do experimento foi entender como uma narrativa é consolidada em nosso cérebro, e que efeitos ela causa ali. Para isso, 21 estudantes foram convidados a ler o romance Pompéia, de Robert Harris (que conta a história da erupção do vulcão Vesúvio no primeiro século depois de Cristo), capítulo por capitulo, durante 19 dias. Claro que alguns não cumpriram o prometido, mas isso também já fazia parte do planejamento, para que os dois diferentes grupos pudessem ser comparados. 

Um dos resultados foi relativamente óbvio. Boas histórias contadas do jeito certo fazem o leitor se colocar no lugar dos personagens. O que surpreendeu os pesquisadores foi a maneira fisiológica como isso ocorre. A chamada "memória muscular" associada às sensações físicas e sistemas de movimento foi criada no lobo temporal como se os eventos tivessem acontecido de verdade - e experiências verdadeiras sabiamente podem influenciar nosso comportamento durante toda a vida. 

Os cientistas comprovaram que as mudanças causadas no cérebro não se limitaram ao período de leitura; elas puderam ser observadas pelo menos cinco dias após os estudantes terem terminado o livro.

"O fato de nós termos detectado essas mudanças durante vários dias usando um romance aleatório sugere que nossos livros favoritos podem certamente causar um efeito bem mais prolongado em nosso cérebro. Histórias moldam nossas vidas, e em alguns casos ajudam a definir como é uma pessoa", explicou o professor de neurociência Gregory Berns em entrevista ao jornal inglês The Telegraph.

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