terça-feira, 2 de maio de 2017

Entrevista a Gonçalo Cadilhe pelos alunos de "2º Bachillerato para a revista educativa “Moñino Times” do IES Rodríguez Moñino de Badajoz

Entrevista elaborada, pelos alunos de 2ºBachillerato da disciplina de Português do IES Rodríguez Moñino, para a revista educativa "Moñino Times" e um autêntico privilégio poder entrevistar um viajante e ser humano como o Gonçalo Cadilhe!


Entrevista:
Antes de mais, Gonçalo, queríamos agradecer-lhe a simpatia de nos conceder esta entrevista para a edição nº11 da nossa revista “Moñino Times” e dizer-lhe que foi com muito prazer que conhecemos a sua obra e ficámos fascinados com uma biografia tão interessante. Gostávamos de saber o que é que o motivou a começar a viajar?

É com muito prazer que partilho a minha experiência convosco. O que me provavelmente me motivou a viajar foi a possibilidade de poder viajar, é tão simples como isso. Acho que qualquer pessoa normal, podendo viajar, põe-se a viajar. É uma daquelas coisas na vida que é tão boa e tão aliciante que só mesmo alguém que não funciona bem ou que sofre daquela doença que se chama agorafobia, que é o medo de sair dos lugares conhecidos, só alguém que sofre dessa doença, é que não se põe a viajar.  Estou a brincar, mas estou a falar a sério. Portanto, sendo um habitante do mundo ocidental no século XX, era relativamente fácil para mim pôr-me a viajar e foi isso que eu fiz. O que eu quero dizer com isto é que se eu fosse um albanês ou um congolês, apesar de viver no século XX, provavelmente nunca teria podido viajar. Da mesma maneira, se eu fosse um europeu ou um português, mas do século XVIII ou XIX também teria sido muito difícil pôr-me a viajar. Assim tive a sorte, o privilégio de nascer em Portugal no final da década de sessenta, portanto, quando cheguei ao final dos anos oitenta estava em plena maturidade e tive a liberdade de optar por dedicar o melhor da minha energia e da minha conta bancária a viajar.

Para além desta razão que toca a todos os ocidentais, que nasceram na segunda metade do século XX, há outra questão mais concreta. Eu nasci e cresci numa cidade à beira-mar, que é a Figueira da Foz, onde o surf é uma atividade praticada por bastantes pessoas porque as ondas são de uma qualidade internacional. E eu cresci a contactar surfistas da Austrália, da Califórnia, da África do Sul que vinham passar algumas semanas à Figueira da Foz, fazia parte do itinerário que eles faziam no seu “gap year”, no seu ano de volta ao mundo, que é uma espécie de ritual de passagem destes jovens, sobretudo australianos. Enfim, é uma espécie de vírus que me contagiou. Ao longo dos anos oitenta, quando eu tinha 15, 16, 17 anos, sabia falar inglês, tinha aprendido na escola, portanto tinha facilidade em comunicar com estes jovens que andavam em carrinhas pão de forma e que compravam aqueles bilhetes de avião “Around World” válidos por um ano. Eles viajavam em grupos de quatro, chegavam a Londres, fazia parte do itinerário deles três meses na Europa, compravam uma carrinha combi “pão de forma” para estarem os tais três meses na Europa a descer pela costa do Atlântico até Marrocos, passavam umas semanas na Figueira da Foz, eu falava com eles, ficava amigo e ficava a saber que existia esta ideia do “gap year” e dar a volta ao mundo para fazer surf nas melhores ondas do planeta. Esta ideia nunca mais me abandonou, portanto eu, assim que terminei o meu curso universitário, tinha muito bem definida a prioridade, que não era arranjar emprego, era fazer esta volta ao mundo. A realidade é que como tinha este talento para escrever e como em Portugal havia muito poucas pessoas com conhecimento deste modo de vida, não modo de vida, mas desta atividade. Eu tive essa vantagem competitiva de poder transformar aquilo que para a maioria dos jovens australianos ou californianos é quase uma atividade banal: dar uma volta ao mundo com uma mochila às costas num certo momento da sua vida. Para mim, num país onde era quase totalmente desconhecido, eu consegui fazer disto uma profissão.

De tantos lugares por onde andou, sem ter de pensar muito, qual foi aquele que mais o marcou?


Seria injusto para mim estar a escolher um país ou uma região em detrimento de outra porque efetivamente são tantas as regiões e os países onde me senti muito bem e onde tenho regressado ao longo dos anos, portanto aqui é importante dizer que eu nunca tive o interesse de fazer aquela célebre lista de estar a marcar as cruzinhas nos países onde já estive e ver quantas cruzinhas ainda faltam para completar a lista. Nunca me interessei por fazer isso, portanto ficarei sempre com imensos países por visitar e regresso regularmente aos países que gostei ou às cidades que gostei. Posso dizer-vos que espero nunca ir ao Suriname, às Seychelles, à Arábia Saudita ou ao Dubai, são países que não me interessam, acho nunca irei lá e pelo contrário espero regressar muitas vezes na vida a Veneza.


De certeza que já experimentou muitos tipos de gastronomia. Qual foi a mais apetitosa? E de qual não guarda boas recordações?

Sobre a gastronomia posso-vos dizer que viajando como eu viajo em regime, que hoje se chama “low cost”, mas que há uns anos atrás era o chamado regime “pé descalço” (mochila às costas a tentar gastar o mínimo possível), quando se falava em gastronomia eu ria-me sempre.  A minha gastronomia é aquela do autocarro que passa pela tasca e pára 40 minutos para os passageiros almoçarem. Come-se o prato do dia e o melhor é nem saber o que é, para não perder o apetite. Também me estou a lembrar de um livro muito engraçado, para quem gosta de viajar, de um autor australiano que se chama Peter Moore, e o título do livro é “No shitting in the toilet”. É um livro que conta histórias absurdas de quem anda a viajar pelo mundo e na contracapa podem ler esta observação curiosa que diz assim: “Há duas coisas no mundo que vocês nunca irão querer observar, uma é os vossos pais a terem sexo e a outra é a cozinha do restaurante indiano onde acabaram de almoçar”. Isto dá-vos bem a ideia do tipo de situações em que eu geralmente me encontro quando tenho as minhas refeições de mochila às costas a viajar pelo mundo, portanto quando me falam de gastronomia eu realmente não tenho muito a acrescentar sobre essa situação. A minha gastronomia preferida é quando eu não sei o que é que estive a comer e quando eu não vejo a cozinha do restaurante ou tasca onde acabei de comer a minha refeição.


Para uma pessoa que já deu a volta ao mundo, podia partilhar connosco um acontecimento divertido que se lembre?

Tudo me faz rir depois de ter passado pelas coisas. Há um acontecimento divertido que eu descrevo no “Planisfério Pessoal” que tem a ver com a forma como nós criamos uma ideia do mundo a partir dos telejornais e depois quando chegamos lá, ao mundo, percebemos que tudo são clichés e os telejornais, na sua necessidade de simplificar a realidade, criam-nos uma ideia do mundo completamente errada. Então há esta situação que eu conto no livro “Planisfério Pessoal” em que eu atravesso o Afeganistão com um inglês, que acabo de conhecer na fronteira do Paquistão, Peshawar. Eu tinha decidido atravessar o Afeganistão vestido como um afegão, ou seja, andava há várias semanas a deixar crescer o cabelo e a barba, tinha comprado aquelas camisas saiote que chegam até aos tornozelos, que se chama “chaleur camise”, enquanto que esse inglês tinha dois metros de altura, era louro, olhos azuis, sardento, achou que ia manter-se em jeans e t-shirt. Portanto quando andávamos os dois no Afeganistão ele era obviamente identificado como americano e eu passava despercebido, ninguém reparava que o português era um afegão. Claro que eu não sabia falar a língua, se me perguntassem alguma coisa percebiam que eu não sabia falar, quanto muito, imaginariam que eu era mudo, mas ninguém compreendia que eu não era afegão. Esta situação era muito divertida, eu andava sempre vinte metros atrás desse meu amigo Cliffort, se lhe deitassem uma granada eu sempre tinha 20 metros de distância e tinha mais hipóteses de sobreviver. Eu dizia-lhe isto e ele ficava furioso. Esta situação já era divertida, mas a verdade é que, depois de sairmos do Afeganistão, entrámos no Irão e eu continuei durante as primeiras horas vestido como um pastor afegão e ele continuou vestido com os seus jeans e t-shirt e depois apanhámos o comboio da noite que saía da fronteira do Irão para a capital, para Teerão, e pelas notícias eu continuava a achar que o Irão era um país como o Afeganistão cheio de terroristas e fundamentalistas. Portanto, o comboio da noite chega ao centro de Teerão, lá saímos os dois da estação de comboio e de repente eu estou numa capital que podia ser a capital de qualquer país do Ocidente, ou seja,  no meio de pessoas de fato e gravata com as suas pastas e computadores a irem para o emprego, a apanharem táxi, e agora era ao contrário: era eu que estava vestido como um pastor afegão no meio de uma das capitais mais cosmopolitas e avançadas do Médio Oriente e o Cliffort vinte metros atrás de mim a rir e a ter a certeza que ninguém imaginava que ele estivesse a viajar comigo e  eu a fazer a figura de pastor afegão sozinho na capital do Irão.


É importante a simplicidade da bagagem para viajar ou faz-lhe falta muita coisa?

Claro que é muito importante o pragmatismo, porque se nós começarmos a pensar no que faz falta na bagagem, então faz-nos sempre falta qualquer coisa que nunca veio, é como a farmácia e os medicamentos. Levamos sempre os medicamentos todos menos aquele que precisamos. Quanto à questão da mochila, desde que existem as lojas dos chineses nunca há nada que nos falte que não possa ser comprada na esquina mais próxima onde se encontra uma loja de chineses e estão em todo o mundo, até no Zimbabwe onde praticamente o Mogabe deu cabo do sistema monetário. O segredo da mochila é mesmo que ela seja leve, que proteja as nossas costas com uma ótima armação. Isto é muito importante quando andamos a viajar não apenas um par de dias ou de semanas, mas quando andamos a viajar vários meses. Na minha opinião, a mochila deve levar, continuo a acreditar que a informação cultural é a melhor ferramenta e a melhor chave para fazer a diferença no viajante. Aquilo que eu acho que devemos levar na mochila é mesmo um bom livro para percebermos a realidade do país que estamos a atravessar. Um bom livro que faça uma perspetiva histórica, ou seja, através da conversa com o passageiro no assento ao lado nós conseguimos perceber muito bem a realidade atual do país onde nós estamos nomeadamente, não digo tanto a política, mas sim o sentido de humor, os costumes, os gostos e os hábitos, desde como é que se escolhe uma noiva até qual é a equipa de futebol mais querida da população, todas essas coisas. E isso está muito bem para uma conversa com o passageiro do lado. Agora para perceber o enquadramento histórico, perceber como é que o país chegou àquilo que é hoje, tem que ser um bom livro e portanto penso que é para isso que serve a mochila hoje em dia. Em relação a roupa e pasta de dentes, e essas coisas, mudando de país e de clima, de hábitos morais, saímos de uma Tailândia em que podemos andar de camisola de cava e calções e vamos para um país como o Paquistão onde as pessoas são extremamente sensíveis à pele descoberta e temos que andar vestidos para cobrir tudo. Todas essas mudanças não têm que ir dentro da mochila, vai-se a loja dos chineses e compra-se aquilo que é necessário para o novo país, ou se vamos do Laos, que é um país tropical, para o Nepal, que é um país frio nos Himalaias, essas coisas vão-se ajustando, vão-se comprando. A mochila serve apenas para levar o essencial e o essencial tem a ver com aquilo que se vai comprando e que depois se vai deitando fora ou oferecendo, tem a ver com aquilo que nos serve para nos preparar culturalmente para a próxima etapa.


Um viajante conhece muito bem o conceito de fronteira e o Gonçalo é disso um excelente exemplo. Por isso não podemos deixar de lhe perguntar como é que vê este presente tão carregado de ideias de construção de muros entre países e a necessidade de cada vez mais se controlarem as fronteiras?

Paradoxalmente neste mundo que cada vez mais constrói fronteiras e muros e cada vez dificulta mais a viagem, no meu caso concreto de viajante profissional que descreve o que vê, esta situação para a qual caminhamos pode ser vista como uma oportunidade profissional, pois o que deu a fama aos grandes viajantes, através da história, foi precisamente essa vantagem competitiva de irem onde mais ninguém ia. Pensem no caso do Marco Polo, talvez o mais emblemático dos viajantes, mas, se quisermos ficar pela história de Portugal o caso do Fernão Mendes Pinto, foi precisamente o facto de escrever, descrever e partilharem aquilo que tinham visto para que os outros que não viajavam também o pudessem ver através das palavras que eles deixaram, o que os tornou famosos e, se quisermos, que fez com que os livros vendessem tanto. No mundo onde toda a gente pode viajar, eu questiono qual é a função do escritor de viagens, torna-se obsoleta. Portanto, se o mundo torna a fechar as suas fronteiras e se apenas poucos continuam a viajar, esses poucos têm outra vez uma missão importante que é a de transmitirem àqueles que não viajam o que é que existe pelo outro lado, portanto parece-me que, em termos profissionais, vejo um futuro risonho com as ideias do Senhor Trump e de todos os seus seguidores e defensores que proliferam pelo mundo. Pode ser que a minha conta bancária de escritor de viagens comece a ter números verdes, comece a sair do vermelho. Estou a brincar! Nem tanto...

Tem viajado muito por Espanha? Conhece a nossa região, a Extremadura, e o que pensa da nossa cumplicidade raiana com o seu país, ao ponto que cada vez há mais gente interessada na língua e na cultura portuguesa?

Não tenho viajado muito por Espanha, tenho aproveitado, sempre que atravesso Espanha para parar. É um país que admiro imenso, é um país que considero exemplar, gostaria que Portugal aprendesse muito mais com Espanha do que aquilo que tem aprendido. Lamentavelmente os portugueses têm muitos preconceitos e têm muita inveja e o complexo do irmão mais novo, costumo eu dizer, em relação a Espanha. Infelizmente há também muita falta de comunicação entre Portugal e Espanha, aliás, vê-se que as povoações de fronteira em Portugal têm mais contactos com Espanha e vê-se logo que há uma maneira diferente na forma como lidam com os seus centros históricos, como utilizam os bares e os espaços comuns para criar uma ligação entre a população. Acho que Portugal tem muito a aprender com Espanha, também acho que devia haver uma forma de governação mais alargada. Digamos que sou um iberista embora não tenha ideias muito claras sobre o que é que quero dizer com isso, mas acho que faria mais sentido a Península Ibérica pensar-se como uma região inteira em vez de criar muros, que é o que os discursos nacionalistas sempre têm feito ao longo dos séculos. Acho que hoje em dia, com o peso da história que temos para trás, não há perigo nenhum em cair numa conversa de perda de independência ou de identidade ou identidades nacionais estão perfeitamente consolidadas, portanto podemos perfeitamente avançar para uma identidade, um tipo de governação mais ibérica e menos nacionalista. Em relação ao sul de Espanha, Extremadura, conheço a nível profissional por causa do projeto Magalhães que viveu em Sevilha que saiu do porto de São Brás de Barrameda, conheço essas zonas. Com o projeto Santo António é provável que ele também tenha viajado através da rota almóada e almorávida, pelo sul de Espanha, também voltei a fazer essa zona. Há uns anos atrás também escrevi uma reportagem sobre os “pueblos blancos”, também tive a possibilidade de conhecer relativamente bem Ronda e os “pueblos blancos”. Não conheço o litoral mediterrânico, nunca me interessei muito. Acho muito interessante a paisagem do interior e espero, quando tiver possibilidade de viajar quer a nível profissional, quer a nível mais lúdico e de férias, poder fazê-lo. Mas Espanha é um bocadinho como Portugal para mim. É uma realidade tão próxima que eu tenho sempre aquela tentação de dizer “tenho sempre tempo” e vou adiando e vou pensando aqueles países mais distantes e mais complicados a nível logístico e a nível físico, sei lá Filipinas, o fuso horário e as condições de vida são duras e então enquanto sou jovem vou apostando nestes destinos mais distantes e depois, quando for velhinho, vou-me ocupar mais de Portugal e de Espanha, vou pensado nisto. Não é propriamente a estratégia mais correta porque recordo sempre esta história que vem descrita.
Se eu tivesse primeiro visitado as cidades originais construídas em Espanha, se calhar não teria ficado tão fascinado pelos modelos replicados na América pelos espanhóis e que hoje são conhecidas como as cidades coloniais americanas, uma delas é Jaca que é património Unesco, e que são extraordinárias, de facto só podem ser compreendidas depois de enquadradas dentro do seu modelo original.

Para um homem que decidiu estudar “os passos de S. António”, o que é que pensa do nosso “Caminho de Santiago”, esse património de peregrinação da cultura espanhola e cada vez mais internacionalizado? Já alguma vez o fez ou pensa fazer?

Eu nunca percorri os caminhos de Santiago, tenho feito trekking em todo o mundo e para mim é uma atividade extraordinária a possibilidade de sermos autónomos e distantes do meio urbano ou cada vez mais a humanidade se concentra nas cidades e, infelizmente nas grandes cidades, portanto esta possibilidade de regressar durante uns dias à nossa condição original de seres rodeados da natureza é extraordinária, é muito importante. Tenho viajado e visitado países como por exemplo a Nova Zelândia, África do Sul onde o trekking é uma atividade corriqueira, onde todos os cidadãos estão habituados a fazer trekking e os países estão extremamente bem apetrechados com percursos de trekking para todos os tipos de dificuldade e de empenho. Eu admiro muito a mentalidade dos australianos dos neozelandeses dos americanos e dos ingleses, claro, a origem de todos estes países anglo-saxónicos que praticam regularmente estas atividades que chama de outdoors. Tenho sempre uma grande tristeza por ver os países do sul da Europa, nomeadamente Portugal e Espanha, mas agora refiro-me concretamente a Portugal, talvez pelo excesso de sol porque têm sempre bom tempo nunca valorizam essa possibilidade de ir apanhar sol que no fundo foi essa a origem da atividade de outdoor. Pensem no clima inglês, aqueles desgraçados sempre que têm um dia de sol vão aproveitá-lo e nós temos sempre sol nunca valorizamos. Esta atividade de trekking de andar de mochila às costas pela natureza tem vindo lentamente, nos últimos anos, a ser também apreciada pelos italianos com os Alpes e os Apeninos que têm   percursos maravilhosos pelos espanhóis pelos portugueses muito, muito lentamente. Os caminhos de Santiago, creio, têm tido um papel importantíssimo nisso, não tanto pelos caminhos em si, porque de facto não são assim nada de extraordinário em termos de contacto com a natureza , em termos da transmissão desse sentimento de regresso às origens, mas são importantes porque transmitem o à-vontade, o gosto. Isso é uma espécie de iniciação a mais trekking e mais vontade de outdoors, enfim a esse mundo da caminhada livre com a mochila às costas que é tão comum nessas culturas, nessas mentalidades que eu tanto admiro. Portanto, esperemos que caminhos ligados a uma peregrinação religiosa que hoje em dia é quase anacrónica na Península Ibérica, em Portugal e Espanha, a atividade do trekking tem cada vez mais adeptos e com isso também as autoridades, as entidades públicas apetrechem cada vez mais os nossos parque naturais e os nossos espaços verdes, as nossas montanhas, os nossos territórios que ainda se encontram intactos para que os portugueses e os espanhóis possam regressar ao seu estado primordial de homens e as mulheres da natureza.

Caríssimo Gonçalo Cadilhe, em nosso nome e em nome de toda a comunidade educativa do IES Rodríguez Moñino de Badajoz, queremos expressar-lhe a nossa gratidão por conceder-nos esta entrevista e despedimo-nos com o desejo de muitas mais viagens, sendo que, aqui nesta escola raiana, o Gonçalo pode ter a certeza de encontrar um porto seguro. Muito obrigado!

Obrigado a vocês por se terem interessado pelo meu percurso, pelo meu trabalho. Até uma próxima oportunidade.

Entrevista elaborada por:

Ismael García, Noelia Cabrera, Esmeralda Sánchez, Isabel Cadenas, Alejandro Bautista, Manuel Rodríguez, Paula Barragán, Melissa de Sousa, Rocío Vila, Mª Elena García, Marta Gijón, Javier González, Raquel González, Paz Morales, Sergio Vital (2ºBachillerato de PL2)

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