segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

"História Trágica com Final Feliz". Uma curta metragem de animação de Regina Pessoa


Sinopse: Há pessoas que são diferentes. E tudo o que desejam é ser iguais aos outros, misturar-se na multidão. Há quem passe o resto da vida lutando para conseguir isso, negando ou tentando abafar essa diferença. Outros assumem-na e dessa forma elevam-se, conseguindo assim um lugar …no coração.



Transcrição do texto narrativo do filme

Era uma vez uma menina cujo coração batia mais rápido que o das outras pessoas. Isso incomodava toda a gente por causa do barulho. O coração batia tão alto! 

Ela tentava explicar: “É um coração de pássaro, eu estou no corpo errado! daí o coração bater tão rápido. Eu sou um pássaro..."

 -Que é que ela disse?

- É tolinha, não deve durar muito…”

 Então, ela fugia. Ela só queria desaparecer, deixar-se levar pelo vento. Finalmente, a chuva acalmava-a, então ela voltava para casa e continuava a viver, apesar de tudo.

 Pouco a pouco as pessoas foram-se habituando ao barulho do coração. Acabaram mesmo por esquecê-la.

 Ninguém se apercebeu do que se passava e isso era bom para ela. Também ela se habituava. Começou mesmo a gostar do seu corpo e sentia-se cada vez mais leve. Ninguém reparou como sorria, de olhos postos no céu. Até que um dia…

As pessoas já não sabiam se era alguém que morria, ou alguém que nascia, mas uma coisa era certa: ninguém se importaria de partir assim



Comentários da  realizadora   Regina Pessoa.

“Seguimos uma menina e descobrimos que ela não é igual às outras pessoas, é "diferente". O traço que a faz diferir não só incomoda a comunidade a que pertence, como se traduz por um profundo sofrimento individual. A comunidade e a menina reagem à diferença, a primeira manifestando a sua intolerância, a segunda isolando-se. Com o tempo, a comunidade acaba por habituar-se insensivelmente à presença da diferença, distanciando-a, mas ao mesmo tempo integrando-a na voragem do seu quotidiano.



Porém as diferenças existem, persistem e são irredutíveis. Certas vezes possuem razão de ser e correspondem a estados temporários de trânsito para outros estados de existência, certas vezes são fatais... Seja como for, devem ser assumidas por quem as vive para a levarem a um melhor conhecimento de si própria e a uma mais intensa consciência do mundo”


Informação retirada do sítio ciclopefilms.com




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