O Dia
da Língua Portuguesa celebra-se no dia 5 de maio. Sao
vários os países que têm a Língua Portuguesa como Língua
oficial. e porquê?
Na altura dos Descobrimentos, os portugueses chegaram a vários territórios que agora são independentes, mas continuam próximos por via da língua. A Língua Portuguesa une agora estes países. Além de Portugal, o Brasil (situado no continente americano), Angola, Cabo Verde, Guiné- Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe (no continente africano) e Timor-Leste (no continente asiático) têm o português como língua oficial ou como uma das suas línguas oficiais. O conjunto destes países constitui a Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP). Hoje a Língua Portuguesa é a quarta língua mais falada no mundo e é utilizada por mais de 254,54 milhões de pessoas.
Nas
nossa aula de Português estivemos a ler um texto de escritores de
cada um destes países.
Sobre
Portugal lemos o poema "Lembranças da Província" de Nuno
Júdice.
Nesse
tempo a vida era triste,
a chuva caía devagar, quando não era inverno ainda,
os cafés cheiravam a tabaco e havia, no chão,
beatas e papéis de bolos. Pela porta entreaberta,
às vezes, entrava um cão vadio, que corria as mesas,
e nenhum criado se preocupava a enxotá-lo. Do
lado dos bilhares, ouvia-se o crepitar seco das bolas, e
o virar dos marcadores era acentuado com sólidas pancadas,
que sobressaltavam os leitores de jornais: folhas
mal impressas, com notícias do campo e o registo de vidas
funcionárias, promoções no Registo Civil e na hierarquia da
Câmara, ou mudanças de casa, para onde homens
de escuro subiam os móveis embrulhados
em mantas; depois, despiam-nos em salas de chão de madeira
encerada de novo, por onde o sol ainda entrava livre-
mente. Então, grandes espelhos reflectiam as janelas sem
cortinas; e, se olhasse para o fundo deles, talvez
se visse a imagem de mulheres furtivas, olhando a sua nudez
rápida em vidros limpos de pó. Imagens proibidas, que
só se podiam guardar no fundo de olhos mudos
como os lábios dessas mulheres, quando passavam em frente das
montras do café, sem um sorriso, levando com elas
o que nunca se há-de saber.
a chuva caía devagar, quando não era inverno ainda,
os cafés cheiravam a tabaco e havia, no chão,
beatas e papéis de bolos. Pela porta entreaberta,
às vezes, entrava um cão vadio, que corria as mesas,
e nenhum criado se preocupava a enxotá-lo. Do
lado dos bilhares, ouvia-se o crepitar seco das bolas, e
o virar dos marcadores era acentuado com sólidas pancadas,
que sobressaltavam os leitores de jornais: folhas
mal impressas, com notícias do campo e o registo de vidas
funcionárias, promoções no Registo Civil e na hierarquia da
Câmara, ou mudanças de casa, para onde homens
de escuro subiam os móveis embrulhados
em mantas; depois, despiam-nos em salas de chão de madeira
encerada de novo, por onde o sol ainda entrava livre-
mente. Então, grandes espelhos reflectiam as janelas sem
cortinas; e, se olhasse para o fundo deles, talvez
se visse a imagem de mulheres furtivas, olhando a sua nudez
rápida em vidros limpos de pó. Imagens proibidas, que
só se podiam guardar no fundo de olhos mudos
como os lábios dessas mulheres, quando passavam em frente das
montras do café, sem um sorriso, levando com elas
o que nunca se há-de saber.
Vamos
aguardar os resultados.
Os
melhores poemas serao aqui publicados.
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