Lourenço Figueiredo é
um jovem adolescente, de 15 anos de idade, como todos os outros. Estuda,
convive com os amigos, faz parte de uma banda musical e tem os problemas
normais da "idade do armário". O pai, Francisco Figueiredo, é um
reputado treinador de futebol em topo de carreira, com o seu clube Padoense na
final da Taça de Portugal, o que lhe permite proporcionar à esposa, Helena
Figueiredo, e ao filho um nível de vida acima da média. A família de Lourenço
vive numa moradia de luxo em Cascais, onde ele estuda num dos colégios privados
mais prestigiados de Portugal, sendo também um dos melhores alunos deste.
Porém, nesse ano,
quando o clube treinado por Francisco, após ganhar todas as competições até
então, perde a final da Taça de Portugal, o presidente do Padoense decide
despedir Francisco, pois o jogo estava viciado para que a equipa treinada por
Francisco conseguisse um penálti que ajudaria à vitória. A atitude honesta e
honrosa de Francisco ao decidir mandar o seu jogador falhar a grande penalidade
não é recompensada pelo mundo do futebol e ele fica desempregado.
Francisco
entra em desespero pois, sendo este a única fonte de rendimentos da família, vê-se
numa situação de crise nunca antes vista. A primeira decisão que toma é a de
colocar Lourenço a estudar numa escola oficial do ensino público.
A escola
oficial para onde Lourenço vai situava-se perto dum dos bairros mais problemáticos
dos arredores de Lisboa, a Cova da Moura, e a maioria dos seus alunos provinha
desse mesmo bairro. No primeiro dia de aulas na escola nova, Lourenço é alvo de
bullying por saltar à vista que provinha de um meio completamente diferente.
Inclusive à saída da escola é assaltado, ficando sem telemóvel, relógio e
sapatos, tudo de marca. No entanto, um dos jovens do bairro, o Mané (irmão da
irreverente Kátia), aceita-o bem.
A mãe do Lourenço, não
conformada com o novo ambiente em que o filho está inserido, tenta por tudo
conseguir um emprego para poder a sustentar os estudos do filho, enquanto o
marido não tem trabalho. Mas a sua inexperiência profissional e baixas
qualificações académicas não lhe permitem encontrar empregos compatíveis para
colocar a família na situação financeira que se encontrava antes.
Após Helena
contar a situação à sua melhor amiga, esta convence-a a emigrar com ela para Angola,
pois aí poderia ajudá-la a conseguir um bom emprego. Ela aceita, dizendo a
Francisco que se vai embora, acusando-o de irresponsável e, que quando juntasse
uma boa quantia, regressaria e, recomeçaria uma vida nova com o filho, a sós.
Pai e filho
passam a viver sozinhos e as dificuldades financeiras cada vez apertam mais.
Francisco vende o seu carro para poder aguentar os tempos mais próximos mas não
dará para muito tempo. Entretanto, o Lourenço vai-se adaptando ao ambiente da
nova escola e vai travando amizade com Mané o que vai fazendo com que seja, aos
poucos, bem aceite na comunidade do bairro.
O Francisco, no
desespero, acaba por pedir emprego como empregado de mesa num restaurante de
luxo perto de casa e do seu amigo Marinho. Nesse local depara-se com um o presidente
do clube onde estava e o seu antigo agente. Não conseguindo conter a agride-os
física e verbalmente. O dono do restaurante despede-o pois acabara de perder
dois dos seus melhores clientes.
Para poder
continuar a sustentar o filho, Francisco vende quase todos os valores que tinha
em casa, ficando apenas com o mínimo. Entretanto, um aviso do banco chega,
dizendo que, por atraso do pagamento das prestações da casa, poderão ser
despejados. O antigo treinador de futebol agora passa os dias a ver filmagens
que tinha gravado quando Lourenço era pequeno e o tinha ensinado a jogar à
bola. Isto leva-o a um colapso nervoso, ficando desorientado e sem conseguir
falar. É o início da depressão de Francisco Figueiredo.
Lourenço
está cada vez mais inserido no meio do bairro onde se situa a escola. Inclusive
afasta-se dos seus antigos amigos do colégio privado. Aos poucos vai-se
aproximando de Kátia. Numa noite em que Lourenço sai à noite com Kátia, Mané e
mais dois membros da comunidade do bairro, encontra numa discoteca os seus
antigos amigos. Lourenço prefere estar com os novos amigos e, como ambos os
grupos não se entendem, forma-se uma rixa em plena discoteca. O Lourenço fica
do lado dos novos amigos.
Nessa noite,
regressando à Cova da Moura, a PSP aí realiza uma rusga. Lourenço e Kátia
conseguem fugir, abrigando-se num esconderijo perto do bairro que Kátia
conhecia. Os dois dão o primeiro beijo e começam a namorar. Lourenço desabafa
com Kátia sobre o problema do seu pai e ela não fica indiferente. No entanto,
Helena, em Angola, informa que dentro em breve regressará para dar ao filho a
vida que lhe tinha prometido; o Lourenço recusa, dizendo que gosta bastante do
novo meio onde está inserido.
Entretanto
é dada a ordem de despejo da casa da família em Cascais, por incumprimento do
empréstimo ao banco. A única alternativa será Francisco e Lourenço irem viver
para uma casa que Mané e Kátia disponibilizam no bairro social. Francisco é bem
recebido pela comunidade e vai dar um passeio com o filho para conhecer o
bairro. Nesse passeio Francisco recupera a fala.
A família
volta a encontrar a esperança num projecto social para a integração dos jovens
do bairro, através da formação de uma equipa de futebol com os mesmos. A equipa
ganha notoriedade com o Mané e o Lourenço como jogadores e Francisco como
treinador principal. Francisco volta a ser convidado de novo para treinar um
grande clube de futebol, mas recusa, dizendo que onde está se sente muito bem.
Estas
quatro personagens são um exemplo que apesar das circunstâncias e do meio onde
vivemos há que lutar para manter viva a esperança.
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